quinta-feira, 31 de maio de 2012


quinta-feira, 17 de maio de 2012


ZENIRA MARTINS CAVALHEIRO: NOSSA PEQUENA HOMENAGEM À SUPERMÃE DE 13 FILHOS!
                                                                                               Reportagem e fotos: André Zanatta

Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. No caso de Zenira, esse sentimento é multiplicado por 13. Número da sorte, diriam alguns. Cabalístico, diriam outros. O certo é que só uma supermulher e supermãe para dar à luz a 13 filhos, mesmo se levando em conta algumas pequenas facilidades daqueles tempos passados. Facilidades que eram contrabalançadas por algumas dificuldades surgidas em alguns momentos delicados como, por exemplo, na ocasião em que trabalhando na lavoura, num campo distante, entrou em trabalho de parto e teve de caminhar mais de 4 km até em casa para ter o bebê. Dar à luz em casa, essa era uma prática bem conhecida de Zenira, uma vez que todos seus 13 filhos nasceram em casa com o auxílio de parteira.
Zenira Martins Cavalheiro nasceu em São Pedro do Sul e não aparenta de jeito e maneira nenhuma os 74 anos que completa no dia 30 de junho. Atenção, mulherada! Firme, forte e jovial, Zenira dá como receita infalível para a boa conservação da pele e do corpo o trabalho. “O trabalho ajuda a conservar e deixa a pessoa mais disposta”, assegura ela. Aos 4 anos, muda-se com a família para Tupanciretã e, aos 13 anos, muda-se novamente para Ijuí, mas sempre trabalhando na lavoura em terras arrendadas, onde a família planta e colhe milho, trigo, feijão, soja, entre outros produtos agrícolas. Em Ijuí, conhece Atalíbio e casa-se aos 15 anos de idade. Com ele, teve 12 de seus 13 filhos: Geni, Zelina de Fátima, Dalmiro, Maria Helena, Darli, Dario, Darci, Alcides, Ercília, Maristela, Altiva e José. Todos vivos e já adultos, com exceção dos 4 últimos que morreram ainda nenês. Atualmente, Zenira é casada com Avelino da Silva Campos. Desse relacionamento, que completa 34 anos, teve Paulo César, seu filho mais novo. Em busca de novos campos para cultivo, Zenira muda-se com a filharada para Santo Ângelo para trabalhar como meeira numa área de 24 hectares. Mulher valente e que não enjeita empreitada, Zenira ara, prepara e cultiva a terra com as próprias mãos e são elas que produzem o sustento de todos em sua casa. Mesmo com os filhos crescendo, pegando a estrada e indo ao mundo para tocar suas vidas, Zenira não pára. Ainda mais quando é chamada pela filha mais velha, Geni, grávida, moradora de Montenegro e que pediu para que a mãe a ajudasse na hora do parte. Zenira não pensa duas vezes e com Avelino a tiracolo e uma mala com poucas mudas de roupa despenca da região noroeste para a capital do tanino. Já faz 31 anos que isso aconteceu porque aqui, nesta terra abençoada por Deus, Zenira e Avelino encontraram melhores condições de trabalho e vida. No começo da nova vida em nova cidade, Zenira trabalhou como costureira, mas como é mulher de fibra e apta ao trabalho pesado também fez muita faxina e também partiu para serviços de jardinagem e corte de grama, inclusive investindo em maquinário para prestar um bom serviço. Depois de um tempo em Montenegro, o casal teve uma experiência de morar durante 3 meses na zona norte de Porto Alegre. Surgiu então a oportunidade de cuidar de um sítio na região metropolitana da capital gaúcha e lá se foram de mala e cuia para morar na zona rural de Eldorado do Sul. Mudando sempre, mas sempre na lida. Depois de 2 anos, voltaram e se estabeleceram em Montenegro onde compraram um terreno com muito verde e o canto do passaredo no bairro Santo Antônio. Hoje, a casa está muito bem cuidado e as condições estão bem melhores do que aquela que enfrentaram quando chegaram na área depois do final da rua Gustavo Jahn. Durante 10 anos, viveram sem energia elétrica uma vez que, segundo os técnicos das companhias de energia, não existia possibilidade de estender a linha elétrica até a casa. Mas agora, está tudo resolvido e indo às mil maravilhas.
Quando é perguntada sobre o segredo para criar tantos filhos, Zenira sorri tranqüila e diz: “Paciência, jeito de cuidar e muito amor de mãe!”. Mas pensando um pouco mais, Zenira calcula que hoje não teria tantos filhos: “Hoje em dia, a coisa tá muito mais difícil e eu não teria como criar tantos.” Ela que sempre gostou de crianças nunca imaginou tê-las em tal quantidade, mas se diz feliz com os filhos que tem. Ela critica as mulheres que têm muitos filhos sem condições mínimas para poder criá-los. “As mulheres que se enchem de filhos é porque querem. Não tem desculpa hoje tem muita informação sobre métodos anticoncepcionais. Botar filho no mundo e deixar rolando é um pecado.”
Atualmente, Zenira, a nossa supermãe, já tem bisnetos e aguarda ansiosa a oportunidade de ser trisavô. A grande família reúne-se sempre em datas especiais e, neste domingo das mães, não deverá ser diferente.
Pelo pouco que se passa a conhecer de uma mulher como Zenira, calejada pela vida, mas sempre disposta a enfrentar com coragem as dificuldades que se apresentam, percebe-se a imensa força da mulher, verdadeiro esteio da família e da sociedade. Feliz dias das mães, Zenira!   



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